quarta-feira, 27 de junho de 2018


Narciso eu?

No princípio, quando comecei a me dedicar à pintura, costumava fazer vários estudos em desenhos, a fim de familiarizar-me com o objeto estudado. Quando partia pra aquarela, que era a técnica única que eu utilizava, o desenho já estava bem sedimentado e eu tinha segurança para as aguadas em cores diretamente sobre o papel, sem esboços prévios. Com o tempo talvez tenha ficado mais preguiçoso, ou mais seguro com o desenho e fui deixando de fazer tantos estudos antes da aquarela. 
Neste exercício que agora apresento tratei de recuperar aquele hábito, embora não tão exaustivamente (houve caso em que cheguei a fazer mais de 40 estudos em desenho antes da aquarela)



 

 este primeiro estudo vai bem descuidado, comecei o desenho pelo centro, no nariz e perdi a proporção com o papel e a figura extravasou



 

 No segundo e terceiro tive o cuidado de delimitar antes o objeto, enquadrando-o onde queria


 

 Neste quarto estudo, tive a preocupação maior com as proporções e introduzi alguma cor e cuidei um pouco mais das formas e dos traços
 


 aquarela e bico de pena sobre papel
240 x 170 mm

 E por fim a aquarela, em que previamente fiz algumas marcações sucintas de proporções e posições de elementos, essas marcações foram feitas com lápis aquarelável visando a que desaparecessem ao final. O tratamento foi deliberadamente livre e pouco respeitador da figura, na intenção de alcançar uma expressividade maior das sensações e emoções. As formas imprecisas, mais sugeridas do que certas, induzem o olhar a criar a figura imaginando e conferem uma agitação maior e mais vitalidade à imagem.
O modelo é uma fotografia de uma outra pessoa, mas curiosamente eu noto alguma semelhança com minha própria imagem fisionômica.











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